Encontro do CREF9/PR aborda papel da Educação Física na saúde e importância da gestão profissional
Prática da atividade física relacionada à saúde e gestão de carreira foram os temas apresentados pelos Profissionais de Educação Física Marcelo Hagebock e Robinson Simões.
O Conselho Regional de Educação Física do Estado do Paraná (CREF9/PR) promoveu sábado passado (9) mais duas palestras em comemoração ao mês do Profissional de Educação Física. Marcelo Hagebock Guimarães (CREF 010101-G/PR), conselheiro da instituição e profissional da área da saúde lotado na Secretaria de Saúde de Curitiba, falou sobre os desafios da atividade física relacionada à saúde, enquanto o delegado Robinson Simões Lombardi Pedro (CREF 001937-P/PR) discorreu sobre gestão de carreira. Ambas as palestras puderam ser acompanhadas presencialmente e pelo YouTube.
O conselheiro do CREF9 começou detalhando a descrição de saúde feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Entretanto, o palestrante explicou que, se esse conceito for levado ao pé da letra, jamais as pessoas terão saúde, devido às exigências do dia a dia. Mas frisou que o conceito serve como base para que se avalie em que momento o Profissional de Educação Física deve se envolver na saúde das pessoas.
“Dessa forma”, explicou Hagebock, “é necessário partir do princípio de que as políticas públicas devem estar focadas nos condicionantes e determinantes de saúde. Isso significa que para a pessoa ter saúde vários fatores estão envolvidos, entre eles acesso a boa educação, saneamento básico e água, boa alimentação, serviços de saúde, aspectos vinculados a sua habitação e aspectos individuais.”
Para Hagebock, quando se pensa em políticas de saúde no Brasil é fundamental relembrar que a Constituição Federal, em seu artigo 196, estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido medidas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
É aí que entra a questão da atividade física dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e o papel do Ministério da Saúde (MS) ao desenvolver diversas ações relativas à atividade física em suas políticas. “Além dos benefícios que a atividade física oferece ao indivíduo, o MS vincula essa política à questão econômica. Então, investir na atividade física reduz internamentos, tratamentos com especialistas, exames especializados, cirurgias e diversos outros procedimentos que oneram cada vez mais o SUS. Logo, quando falamos em promover a atividade física, além de mencionarmos todos os benefícios obtidos com a prática, falamos em economia para os cofres públicos e para a sociedade.”
Mas, então, o que é atividade física?
Hagebock respondeu que nada mais é do que qualquer movimento corporal praticado de maneira voluntária, produzindo um gasto energético acima do repouso. “Mas, quando falamos de exercício físico, trata-se de uma atividade planejada, estruturada e repetitiva, que requer a intervenção dos Profissionais de Educação Física, os responsáveis por dinamizar o exercício físico. Ou seja, o exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico.”